tag:blogger.com,1999:blog-43848770309651078912024-03-18T20:40:33.017-07:00Amores entre "aspas" ou fora delas.Elaine Keitehttp://www.blogger.com/profile/16389467472922095766noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-4384877030965107891.post-13914280060054180412018-04-06T17:35:00.002-07:002018-04-06T17:59:24.646-07:00Meu Primeiro Amor (sem aspas)<h3>
Entre um murmurinho e outro ouvi pessoas dizendo que você não me colocou limites...</h3>
<b><u><span style="color: #741b47;">Para ler este amor indico uma trilha: Guilherme Arantes - Êxtase</span></u></b><br />
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Só porque não levantou o chinelo, tirou o cinto ou usou um tom mais alto.<br />
Realmente, você não me colocou limites por aqui, o limite que me dava era o céu.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpp9RULfFvf7qKuzw9Xy0h5xQ-9Fv9VqQ-5XHHHpliDZ_nlUzBxhqQdji3GwTbvGF2BNm3cvqB_ygSgCNZzfm3KgAo37OrPZXU5pNkBYnU1K9hpAD3bGYE4ASzX64fNwKsGXslOlvwGnk/s1600/310185_274534872571943_8046605_n+%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpp9RULfFvf7qKuzw9Xy0h5xQ-9Fv9VqQ-5XHHHpliDZ_nlUzBxhqQdji3GwTbvGF2BNm3cvqB_ygSgCNZzfm3KgAo37OrPZXU5pNkBYnU1K9hpAD3bGYE4ASzX64fNwKsGXslOlvwGnk/s320/310185_274534872571943_8046605_n+%25283%2529.jpg" width="169" /></a><br />
Elaine: Pai, não consigo parar de contar. Onde os números acabam?<br />
Pai: Deita aqui na rede e espia o céu.<br />
<i>"Os números são infinitos, as notas musicais, o céu também. E é assim que deve ser seus sonhos e sua vontade de realizar"</i><br />
<i>(José Tenório)</i><br />
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Não tive limites quando assunto era auto-estima. Quando eu não gostava do meu cabelo natural você me olhava nos olhos e dizia: "Seu cabelo combina com você todinha. Deus te fez perfeita!". Mesmo quando me faltava/falta/faltou, você não limitou minha auto estima.<br />
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Não limitou meu gênero. Era boneca, carrinho, casinha, joguinhos. Na rua? da corda, a bicicleta, patins, pipa, peão e bolinha de gude. Gostava de me maquiar, mas o joelho vivia ralado. De saia e não ouvia a frase "menina fecha a perna".<br />
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Minha inteligência? não limitou nem quando a nossa fé trazia nos ensinamentos a limitação. Música, Teatro, Dança, Parques, Museus, História, Geografia, Revistas, Livros do Gibi as enciclopédias. TV na cultura. Me ensinou que alguns programas não eram adequados e me explicava pacientemente sem perder o eixo enquanto eu jogava um zilhão de pontos de interrogação em cima da sua pessoa que também estava aprendendo a me ensinar. Me trouxe o lúdico, mas percebeu quando perguntei sobre a morte que o lúdico já não era o meio, porque ali questionei o que eu já sabia. Lembro que seu rosto não foi de decepção por me perceber "espertinha", mas um riso de orgulho por me ver crescer.<br />
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Não limitou meu sexo. No primeiro flagra enquanto descobria sozinha que meu corpo gerava prazer, aos berros da mãe sua voz calma bordava <i>"deixa a menina. Isso é natural</i>" <i>(José Tenório)</i>.<br />
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Você não limitou, mas entendia as limitações de terceiros e me levava no cantinho para me ensinar e não me limitar.<br />
<i>"Cuidado, isso não se faz em qualquer lugar e nem perto de ninguém. Mas não se preocupe, não está fazendo nada de errado. Você ainda vai dividir esse momento com alguém e guarde isso. Você precisa aproveitar tanto quanto a outra pessoa. Do contrário se sentirá usada." (José Tenório)</i><br />
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Você nunca me limitou, mas me ensinou a botar limites e acreditar que era capaz de resolver qualquer problema.<br />
<i>"Se algum adulto fizer qualquer coisa que te incomode, você pode pedir que pare e deve usar a palavra não, você pode se defender. Se ficar muito difícil, estou aqui" (José Tenório)</i><br />
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Você nunca me botou limites, mas me ensinou valores, o certo e o errado. E quando eu falhava na missão ahhhh... Uma pena para quem não podia ver e aprender com sua forma de ensinar.<br />
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Calmamente me botava de castigo, se privou de lazeres com mamis. Enquanto eu berrava resistindo a lição, você se embrulhava na coberta e simplesmente dormia e se mantinha firme na decisão de EDUCAR, porque nem no meu choro você botou limites. Porque emoções devem ser sentidas, vividas e derramadas, né?<br />
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Diziam:<br />
"Ela se jogou no chão", "Ela fez um show na rua", "Ela fez birra, "Ela está muito manhosa" E você ouviu com uma expressão neutra<br />
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E mesmo quando tentaram me difamar (e você sabia que eu era capaz de tudo isso), ao contrário de todos que me cercavam, você me chamava na nossa varanda, na rede e batia um papo cabeça, olho no olho feito gente grande. Sem subestimar minha inteligência, sem vozinha "nhenhenhe", sem trocar letras nas palavras para parecer fofo. E por isso com você eu era diferente, agora saquei!<br />
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Nosso amor não foi perfeito, mas teve momentos perfeitos e que nem com toda imperfeição vou esquecer. Se te guardo no peito mesmo a distância e sem poder seguir alimentando este amor é porque você foi mais que um pai, foi um Mestre, foi meu primeiro e maior amor.<br />
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E desse Mestre sinto falta, e desse amor sinto uma saudade sem fim porque igual não haverá.<br />
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O tempo retorna as lembranças para que eu me lembre. Qualquer dor que me causou foi sem intenção (venho tomando consciência sobre) e não desabona o amor que teve por mim.<br />
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Ao meu Mestre, ao meu primeiro amor, ao meu pai ... Para sempre e sempre! AMOTE<br />
<br />Elaine Keitehttp://www.blogger.com/profile/16389467472922095766noreply@blogger.com1